Deputado defende maconha medicinal e quer que MST plante a erva

Suplicy também convocou uma “força-tarefa” para rápida aprovação de um projeto de lei atualmente em tramitação na Câmara dos Deputados, que busca regulamentar o cultivo da erva

Foto: Associação Canábica Maria Flor

O deputado estadual Eduardo Suplicy (PT-SP) defendeu a regulamentação do uso medicinal da maconha e sugeriu que cooperativas que fazem parte do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) possam plantar a erva. “É importante que busquemos alternativas para garantir o acesso à maconha medicinal de forma sustentável e inclusiva. A participação de cooperativas como o MST poderia contribuir significativamente para isso”, disse.

Suplicy, que revelou no ano passado utilizar óleo de maconha como parte de seu tratamento para o Parkinson, destacou a importância do acesso a essa alternativa terapêutica para aqueles que enfrentam condições médicas debilitantes.

“É crucial que avancemos na regulamentação do uso medicinal da maconha. Existem inúmeras evidências científicas sobre os benefícios terapêuticos da planta, e é fundamental garantir que aqueles que necessitam desse tratamento tenham acesso de forma segura e legal”, afirmou o deputado.

O parlamentar defendeu a utilização do óleo de maconha “full spectrum”, que inclui tanto o CBD (canabidiol, associado aos efeitos terapêuticos) quanto o THC (tetrahidrocanabinol, o componente psicoativo da maconha), ressaltando que seu uso é realizado sob estrito acompanhamento médico.

Cannabis: uma questão social

Suplicy também convocou uma “força-tarefa” para rápida aprovação de um projeto de lei atualmente em tramitação na Câmara dos Deputados, que busca regulamentar o cultivo da erva para esse propósito.

Ao longo da entrevista, Suplicy também compartilhou experiências pessoais, admitindo ter experimentado “um ou outro cigarro de maconha” em sua adolescência e fase adulta, mas destacou que seu apoio à utilização medicinal da planta é fundamentado em evidências científicas e no compromisso com o bem-estar daqueles que enfrentam doenças graves.

O Parkinson de Suplicy é a sexta condição mais prescrita para o uso de cannabis medicinal no Brasil, representando 5,2% do total, de acordo com o relatório anual da Kaya Mind.

Um estudo internacional, com colaboração de pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP) e da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), destaca a eficácia do canabidiol na melhoria da qualidade de vida em pacientes com Parkinson.

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) registrou um aumento significativo, com 79.995 novos pacientes autorizados a importar produtos à base de cannabis em 2022, quase o dobro do ano anterior.

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